quinta-feira, 24 de julho de 2008

Complexidade humana

Há coisas difíceis de se explicar. Por mais que tentemos nem sempre conseguimos explicar os nossos gestos ou as nossas atitudes. Tudo porque é realmente difícil perceber a mente humana. A chatice é maior quando somos obrigados a conviver com outras pessoas, ou não fossemos, por natureza, seres sociais e sociáveis. Enfim... o que nos consola é que temos sempre tempo para aprender. A ver vamos...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Porque vale a pena...

Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.

Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.

Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?

Fernando Pessoa, Cancioneiro

O sorriso


A alvura de uns belos dentes pode fazer-nos felizes. Este poderá ser o segredo do sorriso. Simples para alguns. Complicado para outros. O sorriso é um gesto que pode mudar o nosso rumo, que nos pode fazer chorar, que nos pode emocionar. Sorrir com vontade mostra aquilo que sentimos. Mostra satisfação, contentamento, alegria. Sabe bem começar o dia sorrindo.
(só faltou os dentes na imagem)

sábado, 5 de julho de 2008

Cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos